17 de out. de 2015

Never Meant To Fall In Love - Capitulo 04.


Boa Leitura =)



Seu nome Johnson P.O.V

Ao contrário do que muitos dizem, a morte não é tão indolor assim, muito menos tranquila. Mas como a minha mãe costumava dizer, "cada um tem o seu momento de encara-la". E o meu momento não era esse.

Abri os olhos rapidamente, sentia a minha cabeça doer demais e por breves segundos me bateu um desespero. 

- Deus, eu não acredito. - reclamei pra mim mesma.

- Enfim, a bela adormecida acorda. - Olhei pra trás e vi Justin sentado no chão, escorado em uma arvore. - Você dormiu por dois dias, até achei que estivesse morta.

- Onde estamos? - coloquei a minha mão na cabeça, parecia que iria explodir.

- Em algum lugar de alguma cidade. - ele respondeu olhando pros lados, sem dar importância.

Sua calça vermelha estava com alguns rasgados, sua camisa branca, já não tinha a mesma cor e seus cabelos bagunçados, o deixava mais lindo. E por alguma razão desconhecida, eu estava usando seu paletó.

- Nossa, você esta bem? - me levantei com dificuldade, o olhei e ele me ignorou.

Parecíamos estar em um pântano, muitas arvores com espinhos, tudo úmido e um odor nada agradável, onde estávamos era o único pedaço de chão, que se encontrava seco..

- Escuta, onde ficou o jatinho? - percebi que estava com o vestido todo sujo e com alguns arranhões em minhas pernas.

- A uns duzentos metros pra trás. - ele respondeu.

- E já tentou pedir ajuda? Tentou chamar atenção de alguém?

- Ah sim. - ele riu fraco e me olhou. - Até porque é super normal pessoas virem ao pântano. - ele ironizou.

- Deixa de ser ignorante, foi só uma pergunta. - ele nem me olhou. - Até porque, não estou muito afim de virar comida de crocodilo. 

Ele me ignorou e eu bufei olhando na volta, nossa estávamos literalmente fodidos.

- Então o que vamos fazer agora? - o encarei.

- Virar o Tarzan e a Jane. - ele e sua ironia. - Como eu vou saber, garota?

- Me responde direito, porra. - me aborreci.

- E por acaso estou respondendo esquerdo, cacete? - perguntou estressado.

- Qual é o seu problema? Estou tentando conversar com você.

- Não estou afim de conversar, caralho. - ele me fuzilou com o olhar.

- Ignorante. - falei e me sentei, senti minha barriga dar o ar da graça. - Justin...

- Que cacete? - era super engraçado, o quão estressado ele me respondia.

- Estou com fome, caramba.

- Quer que eu ligue pra algum restaurante, amor? - ele falou falsamente com uma voz doce.

- Olha me desculpe, mas eu não tenho culpa do que aconteceu.

- E alguém aqui, te perguntou alguma coisa, cacete?

- Eu não entendo a tua ignorância garoto, estamos juntos nessa. - falei.

- Infelizmente. - o olhei.

- Valeu pela parte que me toca.

- Até porque estar perdido num pântano, é o meu passatempo favorito.

- Eu só disse que estava com fome. - falei o olhando. 

- E o quer que eu faça? - Revirei os olhos e me levantei.

- Ah, vai a merda. - comecei a caminhar em a alguma direção.

- Onde pensa que vai, porra?

- Procurar alguma coisa pra comer, não vou ficar sentada o dia todo. 

Ele revirou os olhos.

- Não vai muito longe, não estou afim de sair atras de você, se si perder. - ele disse bravo.

- Tão doce como um limão. - disse o olhando e sai.

Caminhei alguns metros, mas sempre marcando o caminho de alguma forma. Depois de  algum tempo, achei uma árvore de mirtilos, fácil de identificar, até porque são parecidas com uva. Peguei várias e voltei pra onde Justin estava, ele continuava sentado no mesmo lugar, exatamente na mesma posição que estava quando sai, ~ sentado com seus joelhos dobrados, uma de suas mãos na barriga e a outra pousada em cima dos joelhos. ~ será que não sente formigamentos? Porque eu sentiria.

- Encontrei mirtilos. - me aproximei dele. - Pelo menos dá pra enganar o estomago.

- Eu não quero essa porra. - ele me olhou.

- São frutas e não porras. - me sentei um pouco afastada dele.

- Lá você sabe se é frutas ou não? - O olhei. - Estão no meio do mato, nunca se pode confiar nessas porras.

- Azar, estou morrendo de fome, vou comer igual, essas 'porras'. - dei enfase no "porras".

- Azar o seu. - ele terminou e se calou.

[...]

Ficamos boa parte em silêncio, Justin nem me olhava, ficou o tempo todo sentado, na mesma posição, ele nem se mexia. 
Queria muito voltar pra minha casa, pro meu pai, pra minha caminha. Deixei as lágrimas rolarem, tomara que estejam nos procurando.

- E agora, porque esta chorando? - Justin perguntou.

- Quero voltar pra minha casa. - falei entre o choro.

- Quer que eu chame um táxi?

- Deixa de ser ignorante, garoto. - falei entre soluços, o olhei e ele revirou os olhos. - Eu estou com fome, com dor e você não esta nem ai.

- E quer que eu faça o que? Estamos no meio do mato, não tem nada, além de mato e bicho. - sua forma agressiva de falar me dava raiva.

Me calei e fiquei chorando em silêncio, minha cabeça doía muito e isso não me deixava pensar. Escondi meu rosto em meus braços, apoiados em meus joelhos, queria pensar em como chamar a atenção de alguém.

- E se caminharmos por ai? Talvez encontramos alguém que more por aqui. - propus.

- Não estou afim, vai você. 

- Não posso sair no meio do mato, sozinha. - o olhei.

- Porque não? 

- Porque eu tenho medo, oras. - ele sorriu pelo nariz.

- Não vou ficar passeando no meio do mato, não estou muito afim de conhecer o lugar.

- Porque fica ironizando tudo? - ele franziu o cenho e fechou os olhos.

- Não vou, Johnson. - bufei.

- Ah porra, vamos sim. - me aproximei dele. - Não vou ficar aqui esperando por um milagre, a mata é fechada, nunca vão nos achar aqui.

- Não me enche, não estou afim.

- Por favor. - insisti. 

Peguei em seu braço o puxando, mas ele puxou o mesmo bruscamente e gemeu, me assustei.

- Justin, o que você tem? - ele estava com seus olhos fechados e parecia controlar a respiração.

- Não tenho nada, cacete. - sua voz saiu entre dentes.

- Você esta sangrando. - me agachei ao seu lado. - Deixa eu ver isso.

Ele pressionava seu abdomen, onde sangrava muito. Foi justo a mão a qual puxei, acho que foi por isso que não quis se levantar.

- Você é médica, agora? - ele me olhou. - Sai, porra.

- Porque não me disse que estava machucado?

- Porque? você iria fazer a ferida desaparecer? - Ignorei a sua pergunta e tirei a sua mão do local, levantei a sua camisa com cuidado.

- Meu Deus, Justin. - ele gemeu. - Como conseguiu fazer isso?

 - Estava brincando de Tarzan, enquanto você dormia. - revirei os olhos.

- Tem que lavar isso, esta muito feio, vai acabar infeccionando. - me levantei.

- Espera ai, vou pegar o meu celular pra ligar pra farmácia. - ele ironizou.

- Porque é tão imbecil? - o encarei.

- Porque você é tão chata? - Cerrei os olhos o fuzilando, ele gargalhou. - Estamos no meio do mato, garota.

- Vem, vamos andar um pouco.

- Não.

- Quer parar com essa criancice? Vamos tentar pelo menos achar um rio, precisa lavar esse corte.

- Não vou.

- Vamos, Justin. - falei sem paciência.

- Não cacete, eu não consigo andar. - ele esbravejou. 

- Como não? - me agachei novamente.

Ele bufou e fechou os olhos.

- Acho que perfurou algo a mais, já tentei me levantar e não consigo. - ele falou relutante.

- Está doendo muito?

- Você não tem noção da dor, que eu to sentindo. - ele falou sem me olhar.

- Mas porque não me disse? - me levantei.

- Pra você não ficar assim, como esta agora. - ele me encarou.

- Precisamos cuidar desse corte - ele fechou os olhos. - Vou dar mais uma volta, talvez eu ache alguma coisa.

[...]

Caminhei em vão, não achei nada, apenas mato e o pior era não saber o que fazer, para ajudar Justin, a noite começou a cair, fiz um xixi e resolvi voltar.

- Pensei que tivesse chamado um táxi e ido embora. - ele falou baixo.

- Pensei nisso, mas não ia te deixar aqui. - ele riu fraco. - Não achei nada. - me sentei ao seu lado.

- Era o esperado, estamos em um pântano. - o olhei. - A única coisa que tem é arvores e mato.

- Eu sei, você já disse isso. - falei e suspirei.

- Olha, se te serve de consolo, meu pai tinha estalado no jatinho, um GPS. - assenti e segurei o choro. - Talvez leve alguns dias, mas eles vão nos achar, espero.

- Mas você não pode ficar esperando tanto.

- Eu sei, mas o máximo que podemos fazer, é esperar.

Me escorei na mesma arvore que ele, só que do outro lado e tombei minha cabeça pra trás, já não enxergava mais nada, a noite havia caído e só que ouvíamos era os barulhos de sapos e grilos. Fechei meus olhos e acabei adormecendo.

[...]

- Porra do caralho. - Abri meus olhos e já estava claro. - Arghh, cacete. - a voz de Justin saiu falhada.

- Esta tudo bem?

- Não, porra. - o olhei e ele estava com os olhos fechados.

Me levantei e me agachei em sua frente, ele abriu os olhos me encarando. Preciso dizer, que me perdi naquele olhar? Como consegue ser tão lindo? 

- Quer Mirtilos? - perguntei na inocência e ele riu fraco.

- Quero. - ele disse baixo e me levantei pra pegar a fruta, peguei alguns e o alcancei.

- Não disse que não ia comer? - me sentei ao seu lado novamente.

- Não tenho muita opção. - ele gemeu.

- Vou sair por ai, pra ver se acho água, pelo menos. - ele negou.

- Não, fica aqui comigo. - franzi o cenho.

- Porque? Não esta com sede? Porque eu estou e muito.

- Não é isso, só não quero que fique borboleteando, por ai porra. - ele falou baixo.

- Entendi.

Me calei e ficamos alguns minutos em silêncio. Justin passava a maior parte do tempo, com os olhos fechados.

- Justin... - O chamei mas ele não respondeu. - Justin? - o olhei e ele parecia tranquilo.

O sacudi e ele não respondeu, ai meu Deus! O sacudi novamente, bruscamente.

- O que é porra? - ele respondeu baixo.

- Você me deu um susto, achei que estivesse... - me calei e ele me olhou.

- Morto? - assenti, ele riu fraco. - Ainda não.

- Credo, não fala bobagem.

- Como se você se importasse. - ele disse.

- Porque diz isso? - o olhei e ele desviou o olhar e gemeu.

- Por nada, me responde uma coisa. - ele me olhou. - Quem estava indo ver no hospital?

- Um aluno meu, ele esta em coma alcoólico.

- Alcoólatra?

- Não, ele é apenas que nem você. - ele franziu o cenho.

- Que nem eu? - assenti.

- Rebelde, gosta de chamar atenção. - ele riu.

- Eu não sou rebelde e tão pouco gosto de chamar atenção. - ele falou baixo e rouco.

- Se você diz... Escuta, porque me falou aquilo no avião? 

- Aquilo o que, garota? Te falei tantas coisas. - ele falou rude.

- Nossa, estou falando do beijo. - ele me olhou e franziu o cenho.

- Falei aquilo pra você se sentir feliz e não morrer frustrada, achando que não agradou ninguém. - o olhei incrédula.

- Nossa, bondade da tua parte. - ele riu pelo nariz. - Devo agradecer?

- Não morremos, então deixa pra lá.

- Porque você faz isso? - ele riu.

- Não fiz nada, apenas te disse a verdade. - ele gemeu de dor.

- Valeu. - respirei fundo.

A partir dali, já não falei mais nada, nem Justin. Fiquei tentando me distrair e não pensar no que ele tinha me dito, mas machucou um pouco, vai ser dificil de esquecer. 
A noite caiu e eu me aproximei de onde ele estava e me escorei na arvore, fechei meus olhos tentando ignorar a fome e a sede que eu estava sentindo.

- BABY? - Me assustei e abri os olhos. 

- Pai? 

- SEU NOME? - não reconheci a voz.

Olhei em volta e de longe pude ver lanternas, meu coração disparou e senti meus olhos lacrimejarem.

- AQUI. - Gritei. - Justin. - O chamei, mas ele não respondeu. - Justin, eles estão aqui.

- SEU NOME? - Gritaram mais uma vez e reconheci a voz de Jeremy.

- BABY? - Ouvi meu pai gritar.

- ESTAMOS AQUI. - gritei.

- Justin, eles chegaram, acorda. - o sacudi e ele não me deu sinal. - Justin? - Peguei em sua mão e a mesma estava gelada. - Justin, por favor. - falei baixinho e deixei as lágrimas rolarem.

- POR FAVOR. - gritei e pude vê-los correndo se aproximando. - AJUDEM ELE. - Gritei desesperada.

Ouvi pisadas fortes e três homens se aproximaram.

- Baby, você esta bem? - Senti meu pai me abraçar e retribui.

- Justin? Fala comigo filho. - Ouvi Jeremy dizer.

- Por favor, ajuda ele. - quase não conseguia falar. 

- Calma baby, ele vai ficar bem. - Meu pai disse. - Vem, vamos sair daqui.

Ao passar olhei pro lado, vi Jeremy e alguns homens, colocarem Justin em uma maca. Um deles o chamava, mas ele não respondia a nenhum sinal que faziam, um deles passou um radio pedindo pra prepararem o helicóptero.
 Me deram um cobertor e caminhamos um pouco pra frente e logo vi o helicóptero nos esperando. Entraram com o Justin primeiro, meu coração estava aflito, ele estava muito machucado.

- Vamos entubar ele. - ouvi eles falando.

- Você esta bem, filha? - meu pai perguntou e assenti.

- Senhor, estamos perdendo ele. 

Senti um frio na barriga e olhei pro meu pai.

- Vai dar tudo certo, baby. - Senti um pouco de medo em suas palavras.

- Senhor, perdemos ele. - Ouvi falarem.

- Baby? - Olhei pro meu pai. - Filha, você esta pálida.

Já não senti o chão, sobre meus pés.

________

Continua?

Olá meus amores, como estão?
Queria agradecer as meninas que gastaram um pouquinho dos seu tempo, para comentar no capitulo anterior, amei os comentários.
Então, o que acharam desse capitulo? Comentem, please?
Fiquem com Deus e se cuidem...
Amo todas!




#Fê

2 comentários:

  1. Não, eu sei q é mentira, vc está brincando com o nosso heart. Mano, tia, não faz isso cmg!!!! Continua o mais rápido possível por favor!!!!

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  2. F ê, se quer me matar agr? jesus, agr que tinha tudo pra dar certo to toda chorosa aq..
    Maas Coontinua

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